Nota: 2/5
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Eu gosto dos filmes de Baz Luhrmann. Alguns o criticam por fazer o cinema "grande", kitsch, colorido, bem hollywood mesmo. Não concordo, os filmes dirigidos por Baz que fazem parte da chamada "Trilogia da Cortina Vermelha" são ótimos (principalmente Stricky Ballroom e Moulin Rouge que têm uma estética única.
Em Australia, Baz deixou tudo isso de lado e fez o que seus críticos esperavam. Uma mega-produção, um western no pior estilo de Hollywood. Baz criou Austrália partindo da história da chamada geração perdida (video), assim conhecida toda uma a geração de crianças aborígenes (nativas) retiradas a força de suas famílias para serem "embranquecidas" aos cuidados da igreja na nova sociedade Australiana. Somente em 2008 o governo Australiano pediu desculpas oficiais ao povo aborígene por esta crueldade.
Baz chamou Hugh Jackman, o ator mais reverenciado na Austrália e trabalhou novamente com Nicole Kidman. Os coadjuvantes são de menor expressão e atores conhecidos somente na Australia.
Faço duas críticas principias. Uma à direção de cena e atores. O filme é uma coleção de clichês. Jackman passou boas semanas na academia para fazer o papel de cowboy, robusto e destemido. Kidman levou ao extremo o seu papel de madame britânica. Atores de origem aborígene são místicos e tem poderes sobrenaturais...e por ai vai.
A segunda é a falta de compromisso com a história. A razão maior para o filme é retratar o drama da geração perdida e da questão aborígene na Austrália. O tema se perde ao longo do filme, fazendo breves aparições entre uma cena de amor, um bandido cruel, um estampido de búfalos, um assassinato e outras rotinas bem batidas. Se o interesse é pela história em si - outro filme australiano, Rabit Proof Fence conta a história com muito mais vigor e compromisso.
2 comentários:
Você colocou nessa resenha o que eu (infelizmente) não desenvolvi no filme-animação do camundongo Despereaux: uma sucessão de sensos-comuns. É incrível como aqueles que têm a possibilidade de manifestar publicamente idéias críticas, ou no mínimo reflexivas, sobre a realidade, perdem o nosso tempo refundando a história oficial, dizendo o mesmo do mesmo. E seria ingenuidade demais acreditar que os produtores não saibam disso.
Para assistir esse tipo de porcaria, basta ficar em casa e ver a novela. E não se fica desesperado (eu, não o rato).
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