sexta-feira, janeiro 30

Samba Riachão (2001)


Visto no SESC
Nota: 4/5
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Clementino Rodrigues, natural de Salvador e conhecido como o sambista Riachão, tem sua vida contada desde os tempos do rádio até sua redescoberta como símbolo de uma vertente cultural legitimada como carioca. Ao mesmo tempo, a história do samba baiano é revisitada nos entrelaçamentos de ambos os caminhos. O filme é bem construído, apesar de que algumas entrevistas fugiram um pouco do tema. O tom é a informalidade própria do estilo caricaturato do Riachão, a do malandro sobrevivente numa área musical que é ao mesmo tempo moda e contra-cultura. E não me refiro apenas ao embate pagode versus samba-raiz, mas ao contraste da crítica cotidiana do sambista e a música politizada de alguns dos entrevistados, como os tropicalistas Gil e Caetano. Note-se que Riachão nasceu e vive no bairro da agremiação carnavalesca "Mudança do Garcia", a qual cunhou o termo tropicarlismo para definir a relação entre os músicos baianos (excetua-se aqui Tom Zé) e o afamado ACM. Vale pela cultura brasileira e pelas entrelinhas.

Um comentário:

CineCPS disse...

Além de valorizar a origem baiana e infusão nordestina no samba e sua migração cultural para o rio de janeiro onde tomou outra cara (sem intenção de criar níveis ou competições para definir quem "criou" o samba"). Como diz Carlinhos Brown no próprio filme, o "samba foi criado no mar...".