sexta-feira, janeiro 30

Samba Riachão (2001)


Visto no SESC
Nota: 4/5
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Mais em Música Nordestina (UFBA)

Clementino Rodrigues, natural de Salvador e conhecido como o sambista Riachão, tem sua vida contada desde os tempos do rádio até sua redescoberta como símbolo de uma vertente cultural legitimada como carioca. Ao mesmo tempo, a história do samba baiano é revisitada nos entrelaçamentos de ambos os caminhos. O filme é bem construído, apesar de que algumas entrevistas fugiram um pouco do tema. O tom é a informalidade própria do estilo caricaturato do Riachão, a do malandro sobrevivente numa área musical que é ao mesmo tempo moda e contra-cultura. E não me refiro apenas ao embate pagode versus samba-raiz, mas ao contraste da crítica cotidiana do sambista e a música politizada de alguns dos entrevistados, como os tropicalistas Gil e Caetano. Note-se que Riachão nasceu e vive no bairro da agremiação carnavalesca "Mudança do Garcia", a qual cunhou o termo tropicarlismo para definir a relação entre os músicos baianos (excetua-se aqui Tom Zé) e o afamado ACM. Vale pela cultura brasileira e pelas entrelinhas.

terça-feira, janeiro 27

Australia (2008)

Nota: 2/5
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Eu gosto dos filmes de Baz Luhrmann. Alguns o criticam por fazer o cinema "grande", kitsch, colorido, bem hollywood mesmo. Não concordo, os filmes dirigidos por Baz que fazem parte da chamada "Trilogia da Cortina Vermelha" são ótimos (principalmente Stricky Ballroom e Moulin Rouge que têm uma estética única. 

Em Australia, Baz deixou tudo isso de lado e fez o que seus críticos esperavam. Uma mega-produção, um western no pior estilo de Hollywood. Baz criou Austrália partindo da história da chamada geração perdida (video), assim conhecida toda uma a geração de crianças aborígenes (nativas) retiradas a força de suas famílias para serem "embranquecidas" aos cuidados da igreja na nova sociedade Australiana. Somente em 2008 o governo Australiano pediu desculpas oficiais ao povo aborígene por esta crueldade.

Baz chamou Hugh Jackman, o ator mais reverenciado na Austrália e trabalhou novamente com Nicole Kidman. Os coadjuvantes são de menor expressão e atores conhecidos somente na Australia. 

Faço duas críticas principias. Uma à direção de cena e atores. O filme é uma coleção de clichês. Jackman passou boas semanas na academia para fazer o papel de cowboy, robusto e destemido. Kidman levou ao extremo o seu papel de madame britânica. Atores de origem aborígene são místicos e tem poderes sobrenaturais...e por ai vai. 

A segunda é a falta de compromisso com a história. A razão maior para o filme é retratar o drama da geração perdida e da questão aborígene na Austrália. O tema se perde ao longo do filme, fazendo breves aparições entre uma cena de amor, um bandido cruel, um estampido de búfalos, um assassinato e outras rotinas bem batidas. Se o interesse é pela história em si - outro filme australiano, Rabit Proof Fence conta a história com muito mais vigor e compromisso.

quarta-feira, janeiro 21

Cinema Samba no SESC

O SESC tem mostra com 2 filmes sobre músicos de primeira, dia 27/1 começando as 19:30, e o melhor, grátis. Segue a programação abaixo:

"O Catedrático do Samba (SP, 1999, doc, cor, 23’) Perfil do cantor e compositor paulistano Germano Mathias, traçado em estilo solto e malandro como o do sambista. Samba Riachão (BA, 2001, doc, cor, 86’) Aos 80 anos de idade, Riachão é o cronista musical da cidade de Salvador, que vivenciou todas as transformações pelas quais passaram a música popular brasileria e os meios de comunicação no decorrer do século XX. É por meio das histórias deste cronista que o filme apresenta um relato histórico da MPB."

Mais informações no site do SESC.

domingo, janeiro 18

O Corajoso Ratinho Despereaux (2008)


Visto no Dom Pedro.
Nota: 2/5
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Animação que de início não foge às regras do cinema desse tipo. O tema já vem de outros tempos (ratos e comidas, desenho tem essa, alguém tem uma boa idéia e são cinquenta filmes iguais...), o herói é inocente mas valente e será ajudado por alguém com cara de mau mas com bom coração. A parte gráfica é fantástica, sem novidades. A história centra-se no comundongo (e não ratinho) do título, que é diferente dos outros camundongos, e com a ajuda do rato Roscuro, que também é diferente dos outros ratos, se unem para salvar o reino da apatia em que está mergulhado. Até aí nada de mais. O filme tenta passar a idéia de que o perdão se sobressairia aos sentimentos ruins, sem nenhuma pretensão de se aprofundar em tramas complexas. O quê fica, se olharmos com atenção, é a noção de que você é um plebeu derrotado porquê a mãe natureza quis assim. Deixe o rei em paz e vá cuidar do seu casebre. Não olhe os créditos, ou vai notar que o filme foi feito na Inglaterra...

segunda-feira, janeiro 5

Voltamos para 2009!

Depois da merecida pausa do ano novo, estamos de volta para relatar o que há de novo em cinema na cidade. Daqui a pouco, logo depois da recuperação necessária durante a primeira semana do ano ;)