domingo, setembro 30

The Bubble (2007)

Disponível no Cine Jaraguá
Mais detalhes no IMDB
Nota: 4/5

Filme israelense que trata de intimidade, política, liberdade, e sexualidade. O filme retrata o cotidiano de um grupo de amigos que vivem em Tel Aviv, Israel. O trio divide um apartamento e partilha grande intimadade, sendo dois rapazes gays (Noam e Alom) e uma garota hetero (Lulu). O filme se inicia pela perspectiva do Noam, soldado israelense que por 1 mês tem como posto a fronteira para Nablus, Palestina. Durante o processo de inspeção de um grupo de Palestinos que atravessa a fronteira, uma mulher inicia o trabalho de parto. Mesmo com a chegada ágil de uma ambulância, a criança não resiste e morre nos braços dos médicos. Um grupo exageradamente acusa os médicos de matarem a criança, e soldados restauram a ordem insensivelmente a rajadas de metralhadoras.

Logo no dia seguinte, um rapaz palestino (Ashraf) aparece no apartamento dos três para entregar um documento que Noam havia perdido durante a inspeção. Os três acolhem Ashraf, um imigrante ilegal, sem documentos para trabalho ou moradia.

A história se desenvolve ao retratar os relacionamentos intítmos dos três protagonistas. Retrata explicitamente sexo e amor tanto hetero como homosexual com nitidez e propósito. Utiliza o contexto gay para retratar múltiplas camadas de conceito/preconceito. Mostra a liberdade de expressão conquistada por grupos homosexuais em Israel em contraste com o preconceito sexual existente em Nablus. Ao mesmo tempo demontra o latente preconceito político (não religioso nem étnico) existente entre palestinos e israelenses, mas o faz sem simplificar. Demonstra gradações de opinião em ambos os lados do conflito e não simplifica com dicotomias: soldados de esquerda, a burguesia racista, os jovens que lutam para a paz e os que lutam contra eles, além do retrato dos que "bombardeiam" e que foram "bombardeados" de ambos os lados - o ciclo mais perverso da violência.

O filme traz momentos leves e engraçados, entrelaçados com momentos de emoção profunda. Retrata o amor (entre duas pessoas) como a paz (entre os grupos), que existe quando dois tão distintos aprendem a escutar, entender, e confiar no outro, principalmente quando o outro é tarjado como inimigo.