quarta-feira, outubro 3

500 Almas (2005)


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Mais detalhes no IMDB
Nota: 3/5
Visto no Cine Paradiso

Documentário sobre a redescoberta dos índios Guató, após serem considerados extintos. Antigos habitantes do pantanal sul-matogrossense, vivem agora nas periferias das cidades pantaneiras. Adaptados à cultura brasileira urbana e, assim, difusos, ocultavam-se dos censos. O filme passa então a mostrar e discutir a busca pela identidade Guató e o resgate de sua memória.

A maioria dos prêmios ganhos em festivais (melhor fotografia, melhor edição, melhor trilha sonora etc) indicam a boa técnica do filme. As paisagens são realmente de tirar o fôlego, e a vida Guató no meio urbano, semblantes brasileiros num Brasil que não se reconhece, é marcante. A trama é interessante e única, mas o retorno, constante, a argumentos simplistas acaba cansando. A profundidade do tema poucas vezes ocorre, e o que vemos é a velha ladainha do dominado contra o dominante.

As cenas são entrecortadas por eventos históricos, onde atuam Paulo José e Matheus Nachtergaele. Servem como elo entre a situação atual dos Guatós e alguns acontecimentos importantes. Se a idéia do diretor foi, além do factual, explicitar sentimentos de angústia e revolta por parte do espectador, o tiro saiu pela culatra. Tais cenas são monótonas e o que levaria poucos segundos transformam-se em intermináveis minutos.

De modo geral, o filme mostra não só um acontecimento histórico determinado, mas um embate cultural pouco discutido no Brasil: o reconhecimento dos direitos e identidades indígenas. Serve como panorama genérico dos Guató, procurando entender diferentes aspectos, mas de modo superficial. Vale como curiosidade e como entendimento da complexidade de nosso país. Apenas documental.


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2 comentários:

CineCPS disse...

Bacana ressaltar o aspecto indígena no seu comentário. Acho que apesar da monotonia do filme das repetições é um tema que não é debatido com freqüência e merece atenção. Só pensamos em índio quando nos convém lembrar de momentos mais "tribais" da nossa cultura, principalmente pra gringo ver.

Thiago disse...

É, mas se pensarmos que seria necessário fazer uma introdução sobre as diversas facetas do tema indígena, o filme não saía disso. Teríamos que ver qual é o conhecimento do diretor a respeito para saber a profundidade do filme (ou da tentativa de fazê-lo) .