Notório é então esse posicionamento em que o "uso da violência para estancar a violência" (palavras do diretor no programa "Roda Viva"), trama que aliás foi acusada prematuramente de fascista. Oposto à essa visão, o filme utiliza do discurso do BOPE para justamente criticá-lo. Sua própria existência coloca em questão a necessidade da sociedade de se proteger (dela mesma), numa situação de guerrilha urbana: uma anomia social extremada como é o caso do tráfico.
Assim, Tropa de Elite se coloca como um ótimo filme brasileiro (em todas as facetas cinematográficas), onde cabe exaltar as ótimas representações. Atores brasileiros representando pessoas brasileiras bem diferentes das novelas. Mas o ponto forte do filme é levar à multidão nacional sua realidade: pobreza e riqueza, violência e pacifismo, drogas e hipocrisia, polícia e injustiça. Um tapa na cara que não pode cair na simplificação do herói holywoodiano ou da repressão policial.
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