segunda-feira, março 23

Condor (2007)


Nota: 4/5
Visto no espaço CPFL

O diretor Roberto Mader, num primeiro momento, descreve a Operação Condor, uma cooperação entre ditaduras latino-americanas que permitiram a prisão e tortura de agentes subversivos, onde quer que estivessem. A história é posta frente a dois figurões dos ex-governos: Contreras, braço direito de Pinochet, e Jarbas Passarinho, várias vezes ministro dos militares. Essa oposição faz com que ambos os argumentos, da direita e da esquerda, possam ser analisados em suas contradições (logicamente a esquerda é privilegiada). Já num segundo momento, o filme recai sobre histórias pessoais, como nas passagens trágicas do rapto de crianças, com muito drama e tristeza. Vale o filme para que nunca nos esqueçamos que terrorismo se faz também pelo Estado (na minha opinião, mais por ele do que qualquer outro grupo), e não só por seitas satânicas e extremistas. E, além disso, mostra que essa discussão no Brasil não tomou as devidas proporções sociais como em nossos vizinhos. Mas, nesse sentido, o que me marcou foram um senhor e sua esposa que, na minha frente, assistiam ao filme. Me pareceram chilenos, devido as suas manifestações a cada menção desse país no filme. Sua idade e suas lágrimas me permitiram entender que vivenciaram esse período. Quer melhor resposta à lambança da Folha de São Paulo?


Um comentário:

CineCPS disse...

Agora lembrei que já tinha visto esse filme e tive a mesma impressão. Quando discuto essa época brasileira com os mais antigos, tenho a impressão que a classe média ou pouco engajada não sentiu os efeitos ou só os viu de passagem - a la nossa geração com a guerra do Iraque. Mas para os hermanos debaixo e do lado, a coisa foi bem diferente.